Nasci em Petropolis, Estado do Rio de Janeiro, em 25 de janeiro de 1961, numa familia de origem nordestina e nortista (Paraiba e Amazonas). Comecei a aprender música com meu avô materno, José de Queiroz Baptista, filho de uma famila de cantodores e repentistas paraibanos. Meu primeiro insrumento foi o violão, que ganhei desse avô aos 5 anos. Entre 9 e 14 anos, estudei piano e aos 14 troquei definitivamente todos pelo cavaquinho para completar o nosso primeiro conjunto, Os Carioquinhas, que eu e meu irmão Raphael Rabello criamos em 1975. Gravamos o primeiro e único disco desse conjunto em 1977, iniciando oficialmente a nossa vida profissional. Em 1979, esse primeiro conjunto deu origem à Camerata Carioca (acrescida do terceiro violão de João Pedro Borges) que acompanhou Joel do Nascimento em shows e num belo disco em homenagem aos 10 anos de morte de Jacob do Bandolim - Tributo a Jacob do Bandolim - idealizado por Herminio Bello de Carvalho, com a participação luxuosa de Radamés Gnattali ao piano, em todos os arranjos, em metade das composições.


Dali em diante, participei de centenas de gravações e muitos shows de diversos artistas no Brasil e no exterior. Recebi muitas propostas para desenvolver carreira como solista e me tornar o que eles chamavam de "uma artista de grande projeção", mas sem a menor paciência para ser uma "celebridade", escolhi outros caminhos. Nunca acreditei nessas promessas de sucesso fácil e garantido como "caminhos para a felicidade". Dei as costas e segui por onde quis, decisão da qual jamais me arrependi.


Sou apaixonada pelo choro e pelo trabalho em conjunto e é com eles que me realizo plenamente. No ano 2000, sofrendo as consequências da minha escolha num cenário cada vez mais hostil para a música de qualidade no Brasil, procurei formas de viabilizar nossa produção nesse deserto que se tornou o mercado das artes em geral por aqui, depois que passou a ser dirigido por pessoas, na sua maioria esmagadora, incultas, de visão turva e estritamente mercantil. Consequências de uma exploração do mercado fonográfico sem critério e respeito pela nossa cultura. Lembro da manchete de uma matéria publicada num grande jornal aqui do Rio, na qual um estrangeiro, diretor de uma das gravadoras multinacionais que na época dominavam o mercado, afirmava: "O futuro da música brasileira é o rock and roll". Ele tinha sido enviado pela matriz para explorar o promissor mercado brasileiro, sem nenhum conhecimento da nossa cultura. Deu no que deu. 

E quase conseguiram alcançar o objetivo. Mas, nesse "quase" estavamos nós!


Em 2000, obrigados a nos virar pra viabilizar nossa profissão diante de tudo que relatei aqui, criamos a Acari Records (www.acari.com.br) - primeira gravadora de choro hoje com mais de 70 cds lançados - a Escola Portátil de Música (www.escolaportatil.com.br), com mais de 1.000 alunos matriculados e, em 2015, a Casa do Choro (www.casadochoro.com.br).

 

Essa casa na Rua da Carioca, aqui no Rio, abriga o maior acervo de choro do planeta e foi feita para ensinar, divulgar e preservar essa cultura e a Música de qualidade que vem sendo produzida e ignorada pelos meios de produção no Brasil - apesar de ter sido a origem de tudo que de melhor se produziu no país em toda a sua história.


Tenho somente 2 discos de trabalhos exclusivamente meus - 1 como solista de cavaquinho e outro como compositora de sambas e outros generos brasileiros - os cds Luciana Rabello (ano 2000) e Candeia Branca (2014), ambos lançados pela Acari Records. 

E tenho a alegria de ter participado de centenas de outros trabalhos como cavaquinho de acompanhamento - minha maior vocação - de ter feito grandes amigos e de poder olhar pra trás e gostar do que escrevi! ​​